Reciclagem do Vidro
O vidro é infinitamente reciclável; ao reciclar poupamos matérias-primas, reduzimos o consumo de energia, as emissões de CO2 e a deposição em aterro de embalagens.
Vantagens da reciclagem das embalagens de vidro
Poupança de matérias primas – menor consumo de recursos minerais e industriais. Para produzir 1 tonelada de vidro é suficiente 1 tonelada de casco de vidro (em alternativa a 1,2 toneladas de matérias-primas originais).
Economia de energia – quer directamente na fusão (por cada 10% de casco de vidro incorporado, reduz-se 2,5% de energia, em termos unitários) quer, indirectamente, nas matérias primas substituidas.
Protecção do meio ambiente – resulta numa menor poluição global porque:
- evita a deposição em aterro das embalagens usadas (apesar do vidro ser inerte);
- reduz os efeitos das emissões gasosas, quer as do processo de fusão do vidro, quer as do fabrico de certas matérias primas (ex. a soda).
Hábitos sociais de poupança – Cria hábitos na população, quer através da protecção ambiental, quer através da consciencialização de que os recursos naturais são limitados.
Os intervenientes
O Consumidor responsável é a figura principal do ciclo da reciclagem. A sua colaboração, separando a embalagem de vidro, depois de usada e introduzindo-a no ecoponto ou no vidrão, é fundamental.
A recolha selectiva é a operação executada pelos Sistemas municipais ou Autarquias e que consiste no levantamento dos equipamentos de recolha selectiva, retirada das embalagens vazias ai acumuladas e o seu transporte para os silos municipais.
A Unidade de tratamento que é a unidade industrial para onde se transportam os resíduos das embalagens de vidro, recolhidos nos silos municipais. Aqui os resíduos são limpos de todos os contaminantes – rótulos, gargantilhas, tampas, rolhas, ou seja, tudo aquilo que fazendo parte da embalagem não é vidro.
A Fábrica de vidro de embalagem isto é, a instalação industrial, em cujos fornos de fusão se introduz, na mistura vitrificável, estes resíduos de vidro, devidamente limpos e que irão dar origem a novas embalagens de vidro.
O processo de limpeza
O vidro é um dos materiais mais antigos que se conhecem, feito a partir da combinação de areia, calcário, soda e asco de vidro. O vidro é infinitamente reciclável, substituindo as matérias originais sem perda das suas qualidades.
Ao encaminhar, as embalagens vazias, recolhidas, selectivamente, através dos ecopontos ou dos vidrões, para um forno de fusão que irá dar origem a uma nova embalagem, estamos a reduzir
– colocação em aterro destes resíduos,
– consumo de matérias primas virgens,
– energia gasta pelo forno,
– emissões de CO2 e de outros gases poluentes associados ao processo de fusão.
O processo industrial da limpeza do vidro tem as seguintes fases:
– armazenamento do casco de vidro proveniente dos ecopontos, de modo a garantir a alimentação gradual e contínua da unidade industrial.
– remoção dos contaminantes ferrosos, através de uma banda transportadora magnetizada.
– remoção manual, realizada por operador treinado, dos contaminantes de grandes dimensões.
– aspiração por sucção dos contaminantes leves.
– remoção por indução electromagnética dos contaminantes metálicos não ferrosos.
– remoção dos contaminantes infusíveis (pedras e porcelanas) por meio de feixes laser que activam a ejecção por ar comprimido.
Após as várias fases de escolha acima referidas, o casco encontra-se processado e pronto a ser expedido para a instalação vidreira.
O ciclo da reciclagem
Comecemos por saber o que fazer às embalagens de vidro depois de consumido o produto nelas embalado.
- Não precisa de lavar a embalagem. Só precisa de a colocar num dos equipamentos de recolha selectiva perto de si. A recolha selectiva é o caminho mais fácil e mais económico para dar uma nova vida a esta sua embalagem. Quanto maior o numero de embalagens recolhidas, maior será o sucesso.
- Não precisa de se preocupar mais. Os municípios e as autarquias que são responsáveis não só pela colocação na via pública dos equipamentos para a recolha selectiva responsabilizam-se, também, pelo seu levantamento e pelo seu transporte (resíduos de embalagens de vidro).
E o que acontece a seguir?
Através de entidades criadas para este efeito, estes resíduos são encaminhados para a indústria do vidro de embalagem, que directamente ou através de outras empresas, os preparam para poderem ser utilizados como matéria-prima (casco de vidro) nos seus fornos de fusão. Surge, então, depois desta fusão, uma nova embalagem de vidro, que inicia, um novo ciclo, depois de ser utilizada para embalar qualquer bebida ou produto alimentar.
O vinho, a cerveja, os refrigerantes e os sumos, a água, o azeite, o mel, as conservas, as compotas, os alimentos para bebés, entre tantos outras bebidas ou produtos alimentares, são exemplos de produtos que encontramos embalados em vidro.
Está assim concluído o ciclo de vida da embalagem de vidro, um verdadeiro ciclo fechado, onde o seu simples gesto de encaminhar a embalagem vazia vai permitir a sustentabilidade da actividade recicladora em Portugal.
Reciclar é fácil – O que colocar no vidrão?
Posso colocar qualquer vidro no equipamento de recolha selectiva?
Apesar de no nosso dia, utilizarmos inúmeros objectos em vidro, nem todo este material é vidro de embalagem. A composição química da embalagem é diferente da composição química do écran do computador ou da televisão, ou até do vidro das nossas janelas.
Os ecopontos e também os vidrões, que se encontram na rua, servem para que se proceda à recolha, unicamente, de garrafas, frascos, boiões e outras embalagens vazias em vidro. Este tipo de recolha designa-se por recolha selectiva. Estas embalagens transformam-se em resíduo, logo que seja consumido o produto embalado.
Todos os demais produtos em vidro, como por exemplo lâmpadas, copos, pratos ou taças, vidro de janela ou vidro de laboratório, ou até produtos como écrans de televisão ou de computador, têm uma composição química diferente e nunca devem ser introduzidos nestes equipamentos de recolha selectiva.